sábado, 25 de julho de 2009

Palavra da semana: FUTURO















Futuro








Sabe?!
Parei para pensar,
Como meu futuro será...
Será um futuro obscuro
Ou um futuro feliz?
Um futuro de paz,
Amor, harmonia e muita alegria?

Eu não sei o futuro que eu quero...
Só espero um futuro melhor.
Com rios, animais
Muita vida...

E meus pais?
Que futuro vão ter?
Será que com eles vou viver?
Não sei...
Só sei que vou ser...
GRANDE,
Valente,
Sorridente.

Quer saber?!
Não sei, só sei que quero
Um futuro pra mim.
Com um grande começo e um
Lindo fim...

(VIEIRA, Lorena Mazoni Guedes)

Lorena é aluna da 4ª série D e tem 10 anos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Palavra da semana: ESPERANÇA










A esperança

ainda é viva...









Temos esperança de fazer muitas coisas boas no futuro. Com Carlinhos e Aninha não é diferente.
Carlinhos quer passar de ano, fazer a faculdade, constituir família, ser um bom pai, enfim, ser um homem bom.
Aninha tem a esperança de ser uma grande arquiteta.
Um dia, Aninha falou para Carlinhos:
- Eu quero ser arquiteta. E você, Carlinhos?O que quer ser?
- Eu quero gerenciar uma empresa.
Eles conversaram sobre o futuro e as suas esperanças durante toda tarde.
- Carlinhos, nunca esqueça disso: “A esperança é a última que morre. Ela ainda está viva em cada um de nós."










(CORRÊA JR, Rodrigo)

Rodrigo é aluno da 4ª série D e tem 10 anos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

LÍNGUA PORTUGUESA - Professora Silvia Regina Lessa


Sabemos que estudar é uma arte e, como tal, precisa de certos posicionamentos por parte de quem quer alcançar bons resultados. O trabalho que ora apresentamos a você é apenas um roteiro, mas estamos certos de que será muito útil para melhorar seu rendimento. 1. Estudar não é decorar Você deve estudar compreendendo, pois só assim aprenderá realmente. Memorizar também é importante para um bom rendimento nos estudos, mas lembre-se: memorizar não é gravar mecanicamente, mas sim gravar inteligentemente. 2. Planeje seu estudo para cada semana a) Programe bem o seu tempo disponível, distribuindo-o para o estudo de cada disciplina, conforme as suas necessidades. b) Procure estudar segundo esse programa, até isso se transformar num hábito. 3. Melhore seus hábitos de leitura a) Procure se familiarizar com o vocabulário de cada matéria, de modo que quando for estudá-la, já saiba o que significam os termos menos comuns.b) Ao acabar o primeiro parágrafo, procure resumir na cabeça a idéia principal nele contida. c) Antes de começar a ler, passe os olhos pelos títulos e subtítulos dos capítulos que você vai estudar. 4. Aumente seu poder de concentração (Concentração é a habilidade de dirigir e controlar a sua própria atenção)a) Qualquer pessoa pode aumentar seu poder de concentração. b) Procure descobrir as causas de sua falta de concentração, ou seja, de suas distrações. c) Siga hábitos de estudo que ajudem a obter maior concentração. d) Determine que partes da matéria vai estudar e os exercícios que vai fazer, estabelecendo uma ordem e seqüência. Feito isso, comece a estudar imediatamente. e) Tire da cabeça, e mesmo da mesa, tudo que não está ligado ao seu estudo, para não interferir na tarefa a que você se propõe. f) Use o processo de parar para perguntar. Leia um trecho e pare, pergunte-se o que foi que você leu, quais os pontos importantes. Se suas respostas não forem satisfatórias, releia o mesmo trecho, mas dessa vez, lendo um ou dois parágrafos de cada vez, parando para perguntar, lendo novamente dois parágrafos. 5. Aprenda a fazer anotações durante as aulas a) Anote apenas o necessário, com suas próprias palavras. b) Não perca a explicação do professor para copiar. c) Faça anotações organizadas. d) Use o seu próprio sistema de abreviaturas. e) Não jogue fora o tempo em que você está em uma aula. f) Preste toda a atenção possível. Afaste distrações de qualquer espécie. g) Peça explicação ao professor sempre que não entender algum assunto. 6. Prepare-se para as avaliações e trabalhos individuais Procure dominar qualquer medo ou nervosismo antes e durante as avaliações. Para isso, faça o seguinte:a) enfrente a situação realisticamente;b) reveja os pontos mais importantes das diversas matérias, principalmente da matéria da próxima avaliação;c) veja quais os seus pontos fracos, para dar maior atenção a eles;d) imagine as possíveis questões que podem ocorrer na avaliação; ee) na hora da avaliação, leia antes todas as questões e comece pelas que parecem mais fáceis ou que você tem certeza de que sabe. 7. Reduza ao mínimo os inconvenientes físicos e mentais a) Cuide de sua saúde. b) Procure não ficar com sono atrasado. c) Sente-se com a coluna vertebral ereta e os músculos relaxados. d) Domine ansiedades, preocupações e distrações. e) Use a melhor luz possível. f) Faça exercícios ou pratique esportes regularmente. 8.Não deixe acumular dúvidas 9.Não deixe acumular matéria10. Finalmente, lembre-se de que quem tem que vencer suas dificuldades é você mesmo. Aprenda a estudar e... força de vontade! (Adaptado. Mello, Fernando A. F. Como Estudar Melhor)

Ana Maria Machado

Na vida da escritora Ana Maria Machado, os números são sempre generosos. São 33 anos de carreira, mais de 100 livros publicados no Brasil e em mais de 17 países somando mais de dezoito milhões de exemplares vendidos. Os prêmios conquistados ao longo da carreira de escritora também são muitos, tantos que ela já perdeu a conta. Tudo impressiona na vida dessa carioca nascida em Santa Tereza, em pleno dia 24 de dezembro.
Vivendo atualmente no Rio de Janeiro, Ana começou a carreira como pintora. Estudou no Museu de Arte Moderna e fez exposições individuais
e coletivas, enquanto fazia faculdade de Letras na Universidade Federal (depois de desistir do curso de Geografia). O objetivo era ser pintora mesmo, mas depois de doze anos às voltas com tintas e telas, resolveu que era hora de parar. Optou por privilegiar as palavras, apesar de continuar pintando até hoje.
Afastada profissionalmente da pintura, Ana passou a trabalhar como professora em colégios e faculdades, escreveu artigos para a revista Realidade e traduziu textos. Já tinha começado a ditadura, e ela resistia participando de reuniões e manifestações. No final do ano de 1969, depois de ser presa e ter diversos amigos também detidos, Ana deixou o Brasil e partiu para o exílio. A situação política se mostrou insustentável.
Na bagagem para a Europa, levava cópias de algumas histórias infantis que estava escrevendo, a convite da revista Recreio. Lutando para sobreviver com seu filho Rodrigo ainda pequeno, trabalhou como jornalista na revista Elle em Paris e na BBC de Londres, além de se tornar professora em Sorbonne. Nesse período, ela consegue participar de um seleto grupo de estudantes cujo mestre era Roland Barthes, e termina sua tese de doutorado em Linguística e Semiologia sob a sua orientação. A tese resultou no livro "Recado do Nome", que trata da obra de Guimarães Rosa. Mesmo ocupada, Ana não parou de escrever as histórias infantis que vendia para a Editora Abril.
A volta ao Brasil veio no final de 1972, quando começou a trabalhar no Jornal do Brasil e na Rádio JB - ela foi chefe do setor de Radiojornalismo dessa rádio durante sete anos. Escondida por um pseudônimo, Ana ganhou o prêmio João de Barro por ter escrito o livro "História Meio ao Contrário", em 1977. O sucesso foi imenso, gerando muitos livros e prêmios em seguida. Dois anos depois, ela abriu a Livraria Malasartes com a idéia de ser um espaço para as crianças poderem ler e encontrar bons livros.
O jornalismo foi abandonado no ano de 1980, para que a partir de então Ana pudesse se dedicar ao que mais gosta: escrever seus livros, tantos os voltados para adultos como os infantis. E assim foi feito, e com tamanho sucesso que em 1993 ela se tornou hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Finalmente, a coroação. Em 2000, Ana ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o prêmio Nobel da literatura infantil mundial. E em 2001, a Academia Brasileira de Letras lhe deu o maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis, pelo conjunto da obra.
Em 2003, após quatro meses de uma campanha trabalhosa, Ana Maria teve a imensa honra de ser eleita para ocupar a cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, substituindo o Dr. Evandro Lins e Silva. Pela primeira vez, um autor com uma obra significativa para o público infantil havia sido escolhido para a Academia. A posse aconteceu no dia 29 de agosto de 2003, quando Ana foi recebida pelo acadêmico Tarcísio Padilha e fez uma linda e afetuosa homenagem ao seu antecessor.
Grupo Ana Maria Machado:
Jenifer, Vítor, Jéssica, Fábio

Pedro Bandeira - Biografia

Pedro Bandeira de Luna Filho nasceu em Santos, SP, em 9 de março de 1942, onde dedicou-se ao teatro amador, até mudar para São Paulo a fim de estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Morando então na capital, casou-se com Lia, com quem teve três filhos: Rodrigo (31) e Marcelo e Maurício (28). Ah! E tem duas netinhas: Melissa e Michele. Além de professor, trabalhou em teatro profissional até 1967 como ator, diretor, cenógrafo e com teatro de bonecos. Mas desde 62, Pedro já trabalhava também na área de jornalismo e publicidade, começando na revista "Última Hora" e depois na editora Abril, onde escreveu para diversas revistas e foi convidado a participar de um coleção de livrinhos infantis. O primeiro livro "O dinossauro que fazia au-au", voltado para as crianças, fez um grande sucesso. Mas foi com "A Droga da Obediência", voltado para adolescentes - que ele considera seu público alvo - que ele se consagrou. Até julho do ano passado, o livro estava prestes a atingir a marca de 1 milhão de exemplares vendidos em todo o País. Desde então, a partir de 1983, Pedro Bandeira dedicou-se inteiramente à literatura. Ele garante que a experiência em jornais e revistas o ajudaram como escritor, uma vez que o jornalista é obrigado a estar preparado para escrever sobre quase tudo. d"Eu fazia de tudo: escrevia para revista de adolescente e para publicações técnicas. Fui aprendendo a criar um estilo para cada público. Também fui estudar psicologia e educação para entender em que faixa etária a criança acha o pai herói, com qual idade acha ele um idiota e quando está pronta para questionar tudo e todos. Sem esse conhecimento é impossível criar um personagem com o qual o leitor que você pretende atingir se identifique". A inspiração para cada história, segundo o autor, vinha de livros que leu e nos acontecimentos de sua própria vida. Criatividade nunca faltou ao santista, mas quando isso acontece, Pedro abre o e-mail de seu computador e começa a ler as mais de 300 mensagens e cartas que recebe semanalmente de seus leitores de todo Brasil. "Às vezes tiro idéias das cartas porque o conteúdo das mensagens são os mais diversos. Tem quem pede conselho sentimental, outros dizem que não se dão bem com os pais e já recebi até carta de presidiário. Tento responder a todas". Pedro Bandeira é o autor de Literatura Juvenil mais vendido no Brasil (8,6 milhões de exemplares até 2002) e, como especialista em letramento e técnicas especiais de leitura, profere conferências para professores em todo o Brasil. Já escreveu mais de 50 livros, entre eles a série "Os Karas", "A marca de uma lágrima", "Agora estou sozinha...", "A hora da verdade" e "Prova de Fogo". Atualmente vive em São Roque.
Grupo Pedro Bandeira:
Bruno, Alana, Edilson, Gustavo Pinheiro

Ruth Rocha - Biografia


Ruth Rocha nasceu em 1931 na cidade de São Paulo. Filha dos cariocas Álvaro de Faria Machado, médico, e Esther de Sampaio Machado, tem quatro irmãos, Rilda, Álvaro, Eliana e Alexandre. Teve uma infância alegre e repleta de livros e gibis. O bairro de Vila Mariana, onde morava, tinha nessa época muitas chácaras por onde Ruth passava, a caminho da escola - estudava no Colégio Bandeirantes. Mais tarde, terminou o Ensino Médio no Colégio Rio Branco.
É graduada em Sociologia e Política pela Universidade de São Paulo e pós-graduada em Orientação Educacional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Casada com Eduardo Rocha, tem uma filha, Mariana e dois netos, Miguel e Pedro.
Durante 15 anos (de 1956 a 1972) foi orientadora educacional do Colégio Rio Branco, onde pôde conviver com os conflitos e as difíceis vivências infantis e com as mudanças do seu tempo. A liberação da mulher, as questões afetivas e de auto-estima foram sedimentando-se em sua formação.
Começou a escrever em 1967, para a revista Claudia, artigos sobre educação. Participou da criação da revista Recreio, da Editora Abril, onde teve suas primeiras histórias publicadas a partir de 1969. “Romeu e Julieta”, “Meu Amigo Ventinho”, “Catapimba e Sua Turma”, “O Dono da Bola”, “Teresinha e Gabriela” estão entre seus primeiros textos de ficção. Ainda na Abril, foi editora, redatora e diretora da Divisão de Infanto-Juvenis.
Publicou seu primeiro livro, “Palavras Muitas Palavras”, em 1976, e desde então já teve mais de 130 títulos publicados, entre livros de ficção, didáticos, paradidáticos e um dicionário. As histórias de Ruth Rocha estão espalhadas pelo mundo, traduzidas em mais de 25 idiomas.
Monteiro Lobato foi sua grande influência. Em sua obra, essa influência se traduz pelo seu interesse nos problemas sociais e políticos, na sua tendência ao humor e nas suas posições feministas.
Seu livro de forte conteúdo crítico, “Uma História de Rabos Presos”, foi lançado em 1989 no Congresso Nacional em Brasília, com a presença de grande número de parlamentares. Em 1988 e 1990 lançou na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York seus livros “Declaração Universal dos Direitos Humanos” para crianças e “Azul e Lindo – Planeta Terra Nossa Casa”.
Participou durante seis anos do programa de televisão Gazeta Meio-Dia como membro fixo da mesa de debates.
Em 1998 foi condecorada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura.
Ganhou os mais importantes prêmios brasileiros destinados à literatura infantil da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, da Câmara Brasileira do Livro, cinco Prêmios “Jabuti”, da Associação Paulista de Críticos de Arte e da Academia Brasileira de Letras, Prêmio João de Barro, da Prefeitura de Belo Horizonte, entre outros.
Seu livro mais conhecido é “Marcelo, Marmelo, Martelo”, que já vendeu mais de 1 milhão de cópias.
Em 2002 ganhou o prêmio Moinho Santista de Literatura Infantil, da Fundação Bunge. Também nesse ano foi escolhida como membro do PEN CLUB – Associação Mundial de Escritores no Rio de Janeiro.
Atualmente é membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta.



Grupo Ruth Rocha:

Rute, Alejandro, Natallie, Leonardo

Monteiro Lobato - Biografia

Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.
Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil.
Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e idéias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho.
Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura.

Literatura Infantil

1920 - A menina do narizinho arrebitado
1921 - Fábulas de Narizinho
1921 - Narizinho arrebitado
1921 - O Saci
1922 - O marquês de Rabicó
1922 - Fábulas
1924 - A caçada da onça
1924 - Jeca Tatuzinho
1924 - O noivado de Narizinho
1927 - As aventuras de Hans Staden
1928 - Aventuras do príncipe
1928 - O Gato Félix
1928 - A cara de coruja
1929 - O irmão de Pinóquio
1929 - O circo de escavalinho
1930 - Peter Pan
1930 - A pena de papagaio
1931 - Reinações de Narizinho
1931 - O pó de pirlimpimpim
1932 - Viagem ao céu
1933 - Caçadas de Pedrinho
1933 - Novas reinações de Narizinho
1933 - História do mundo para as crianças
1934 - Emília no país da gramática
1935 - Aritmética da Emília
1935 - Geografia de Dona Benta
1935 - História das invenções
1936 - Dom Quixote das crianças
1936 - Memórias da Emília
1937 - Serões de Dona Benta
1937 - O poço do Visconde
1937 - Histórias de Tia Nastácia
1938 - O museu da Emília
1939 - O Picapau Amarelo
1939 - O minotauro
1941 - A reforma da natureza
1942 - A chave do tamanho
1944 - Os doze trabalhos de Hércules
1947 - Histórias diversas

Outras obras - temática adulta

O Saci Pererê: resultado de um inquérito (1918)
Urupês (1918)
Problema vital (1918)
Cidades mortas (1919)
Idéias de Jeca Tatu (1919)
Negrinha (1920)
A onda verde (1921)
O macaco que se fez homem (1923)
Mundo da lua (1923)
Contos escolhidos (1923)
O garimpeiro do Rio das Garças (1924)
O choque (1926)
Mr. Slang e o Brasil (1927)
Ferro (1931)
América (1932)
Na antevéspera (1933)
Contos leves (1935)
O escândalo do petróleo (1936)
Contos pesados (1940)
O espanto das gentes (1941)
Urupês, outros contos e coisas (1943)
A barca de Gleyre (1944)
Zé Brasil (1947)
Prefácios e entrevistas (1947)
Literatura do minarete (1948)
Conferências, artigos e crônicas (1948)
Cartas escolhidas (1948)
Críticas e Outras notas (1948)
Cartas de amor (1948)

Grupo Monteiro Lobato:
Rodrigo, Daneille, Júlio, Amanda

Tatiana Belinky

Nasceu em São Petersburgo (Rússia) no dia 18 de março de 1919. Chegou com a família ao Brasil aos dez anos de idade, fugindo das guerras civis que assolavam a então União Soviética. Nesta altura, Tatiana já falava russo, alemão e letão.
Aos dezoito anos, após concluir um curso preparatório, começou a trabalhar como secretária-correspondente bilíngüe, nos idiomas português e inglês. Aos vinte ingressou no curso de Filosofia da Faculdade São Bento, mas abandonou-o em seguida, quando casou-se com o médico e educador Júlio Gouveia. O casal tem dois filhos.
No ano de 1948, começa a trabalhar em adaptações, traduções e criações de peças infantis para a prefeitura de São Paulo em parceria com o marido. Em 1952 encenam "Os Três Ursos" em pedido da TV Tupi, que atinge grande sucesso. O êxito deste trabalho foi definitivo para a carreira da escritora iniciante: o casal é convidado a ter um programa fixo na emissora. Dentro da casa, Tatiana e Júlio fazem a primeira adaptação de o "Sítio do Picapau Amarelo", de Monteiro Lobato. O trabalho do casal na Tupi seguiria até 1966. Neste ínterim, Tatiana Belinky recebe seus primeiros prêmios como escritora, além de tornar-se presidente da CET (Comissão Estadual de Teatro de São Paulo).
Em 1972 passa a trabalhar na TV Cultura e em grandes jornais do estado de São Paulo, como a Folha de São Paulo, o Jornal da Tarde e O Estado de São Paulo, escrevendo artigos, crônicas e crítica de literatura infantil.
Finalmente, em 1985, Tatiana Belinky desponta como escritora de livros, colaborando em uma série infanto-juvenil. Em 1987 publica o primeiro livro: "Limeriques", pela editora FTD, baseando-se nos limericks irlandeses. A partir desta publicação, Tatiana passa a trabalhar fervorosamente sobre novas criações, chegando a escrever mais de cem obras. Suas publicações são acompanhadas por vários prêmios literários, entre eles o célebre Prêmio Jabuti, recebido em 1989.

De sua vasta obra, destacam-se "Coral dos Bichos", "Limeriques", "O Grande Rabanete", "Di-versos russos", "Limerique das Coisas Boas", entre outros.
Nestes últimos anos, Tatiana Belinky tem também publicado livros de crônicas e memórias.

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Grupo Tatiana Belinky
Nayara, Marcelo, Izayla, Gustavo Ramos

Ziraldo - Biografia

Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. É o mais velho de uma família de sete irmãos. Seu nome vem da combinação do nomes de sua mãe, Zizinha com o de seu pai Geraldo: assim surgiu o Zi-raldo, um nome único.
Passou a infância em Caratinga, onde cursou o Grupo Escolar Princesa Isabel. Em 1949 foi com o avô para o Rio de Janeiro, onde cursou dois anos no MABE (Moderna Associação de Ensino). Em 1950 voltou para Caratinga para fazer o Tiro de Guerra. Terminou o Científico no Colégio Nossa Senhora das Graças. Formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais em Belo Horizonte, em 1957.
No ano seguinte casou-se com D. Vilma, após sete anos de namoro. O casal tem três filhos, Daniela, Fabrizia e Antônio, e quatro netos.
Ziraldo tem paixão pelo desenho desde a mais tenra idade. Desenhava em todos os lugares - na calçada, nas paredes, na sala de aula... Outra de suas paixões desde a infância é a leitura. Lia tudo que lhe caia nas mãos: Monteiro Lobato, Viriato Correa, Clemente Luz ( O Mágico), e todas as revistas em quadrinhos da época. Já nesse momento, ao ler as páginas do primeiro "Gibi", sentiu que ali estava o seu futuro.
A carreira de Ziraldo começou na revista Era Uma Vez... com colaborações mensais. Em 1954 começa a trabalhar no Jornal A Folha de Minas com uma página de humor. Por coincidência foi esse mesmo jornal que publicou o seu primeiro desenho em 1939, quando tinha apenas seis anos de idade!
Em 1957, começou a publicar seus trabalhos na revista A Cigarra, e posteriormente em O Cruzeiro. Em 1963 começou a colaborar com O Jornal do Brasil, onde até hoje publica diariamente uma tira de comics. Trabalhou, ainda na revista Visão e Fairplay.
Ziraldo fez cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro como Os Fuzis, Os Cafajestes, Selva Trágica, Os Mendigos, etc. Foi no Rio de Janeiro que Ziraldo se consagrou como um dos artistas gráficos mais conhecidos e respeitados nacional e internacionalmente.
Entretanto, dada a diversidade de sua obra, não é possível limitá-lo apenas às artes gráficas. É um artista que tem ao longo dos anos desenvolvido várias facetas de seu talento. Ziraldo é também pintor, cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor.
No decorrer dos anos 60 seus cartuns e charges políticas começaram a aparecer na revista O Cruzeiro e no Jornal do Brasil. Personagens como Jeremias, o Bom, a Supermãe e posteriormente o Mineirinho, tornaram-se popularíssimas.
É igualmente no início da década de 60, que realizou seu sonho infantil: transformou-se num autor de comics e lançou a primeira revista brasileira do gênero feito por um só autor, reunindo uma turma chefiada pelo Saci Pererê, figura mais importante do imaginário brasileiro. Os personagens dessa turma incluíam um pequeno índio e vários animais formadores do universo folclórico brasileiro tais como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja. A Turma do Pererê marcou época na história dos quadrinhos no Brasil.
Em 1964, com a tomada do poder pelos militares, a revista encerrou sua carreira. Era nacionalista demais para sobreviver ao golpe fascista no Brasil. Entretanto, a força desses personagens, tão tipicamente brasileiros, resistiu aos duros anos do militarismo. Em 1973 a Editora Primor do Rio de Janeiro viria a reeditar em 3 álbuns uma seleção das melhores histórias do Saci Pererê com o nome - A Turma do Pererê. As histórias passaram então a fazer parte de vários livros didáticos publicados no país, ajudando a criança brasileira a conhecer melhor sua cultura.
Durante o período da Ditadura Militar ( 1964-1984 ), Ziraldo realizou um trabalho intenso de resistência à repressão. Fundou, junto com outros humoristas, o mais importante jornal não-conformista da história da imprensa brasileira, O Pasquim. Ziraldo considera que o Pasquim foi também o grande celeiro de humoristas pós 68.
Quando foi editado o AI - 5, durante a Revolução Militar, muita gente contrária ao regime, procurou se esconder para fugir à prisão. Ziraldo passou a noite ajudando a esconder os amigos e não se preocupou consigo mesmo. No dia seguinte à edição da famigerado Ato, foi preso em sua residência e levado para o Forte de Copacabana, por ser considerado um elemento perigoso.
Em 1968, Ziraldo teve reconhecido o seu talento internacionalmente, com a publicação de suas produções na revista Graphis, uma espécie de Panthéon das artes gráficas. Teve ainda trabalhos publicados nas revistas internacionais Penthouse e Private Eye da Inglaterra, Plexus e Planète da França e Mad nos Estados Unidos.
No ano de 1969 grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o prêmio Merghantealler, prêmio máximo da imprensa livre da América Latina, patrocinado pela Associação Internacional de Imprensa, recebido em Caracas, Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual da UNICEF, honraria concedida pela primeira vez a um artista latino.
Ziraldo fez um mural para a inauguração do Canecão, casa noturna do Rio de Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Esta obra foi reproduzida em várias revistas do mundo, mas encontra-se hoje escondida atrás de um painel de madeira.
Foi ainda nesse ano que publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS. É a história de uma cor que não encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro usou o máximo de cores e o mínimo de palavras. A Embaixada Dos Estados Unidos no Brasil presenteou com um exemplar os astronautas americanos que pisaram na lua pela primeira vez, quando de sua visita ao Brasil. Neil Armstrong, um dos astronautas leu o livro e comovido, escreveu ao autor: The moon is FLICTS.
Na década de 70, com seu trabalho já consagrado, Ziraldo prosseguiu abrindo caminhos no Brasil e no mundo Desde 1972 seus trabalhos são sempre selecionados pela revista Graphis Anual e Graphis Porter.
Diversas revistas internacionais usam seus desenhos em capas, inclusive Vision, Playboy, e a GQ ( Gentlemen's Quaterly). Os seus cartuns percorrem revistas de várias partes do mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionado para fazer parte do acervo do Museu da Caricatura de Basiléia, na Suiça.
A partir de 1979 Ziraldo passou a dedicar mais tempo à sua antiga paixão: escrever histórias para crianças. Nesse ano publicou O Planeta Lilás, um poema de amor ao livro, onde ele mostra que o livro é maior que o Universo que cabe inteirinho dentro de suas páginas.
Em 1980 Ziraldo recebeu sua maior consagração como autor infantil na Bienal do Livro de São Paulo, com o lançamento de O Menino Maluquinho. O livro se transformou no maior sucesso editorial da Feira e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro em São Paulo. Esse livro foi adaptado para o teatro, cinema, WWW, e em ópera infantil pelo Maestro Ernani Aguiar. O Menino Maluquinho virou um verdadeiro símbolo do Menino Nacional.
Em 1994, O Menino Maluquinho, o Bichinho da Maçã, a Turma do Pererê o e próprio Saci Pererê, transformam-se em selos comemorativos do Natal. Nessa homenagem dos Correios e Telégrafos ao artista sua arte foi espalhada pelos quatro cantos do planeta, com votos de Boas Festas, Feliz Natal e Feliz Ano Novo. Os livros de Ziraldo já foram traduzidos para várias línguas, entre elas, espanhol, italiano, inglês, alemão, francês e basco.
Como todo bom brasileiro, Ziraldo aprecia o Carnaval. Foi dos primeiros a desfilar com a Banda de Ipanema ao lado de Albino Pinheiro, Leila Diniz e a turma do Pasquim. O seu livro FLICTS já foi enredo de escola de samba em Juiz de Fora, e Ziraldo desfilou no chão ao lado do filho Antonio. Mais recentemente, no Carnaval de 1997, Ziraldo foi novamente homenageado. Desfilou no alto de um carro com um enorme Menino Maluquinho, do qual desceu com o auxílio de um guindaste!
Ziraldo tem diversas passagens pela televisão. Participou como jurado de inúmeros programas, festivais e até de concurso de Miss Brasil nos idos anos 60. É também apresentador e entrevistador. Quando entrevistado tem sempre pontos de vista interessantes a defender. Uma de suas frases mais conhecidas é Ler é mais importante do que estudar.
Sua arte faz parte do nosso quotidiano, e pode ser identificada em logotipos famosos como o da Telerj, caixinhas de fósforo que viraram ítens de colecionador, cartazes da Feira da Providência, centenas de camisetas, símbolos de campanhas, etc. Ziraldo está sempre envolvido em novos projetos, e uma das novidades na prancheta é a revista Bundas, uma resposta bem-humorada à ostentação emergente de Caras. "Quem mostrou a bunda em Caras jamais vai mostrar a cara em Bundas"...



Ziraldo é uma espécie de Rei dos Baixinhos da literatura. Criador do célebre Menino Maluquinho, ele já vendeu milhões de livros dedicados aos leitores mirins. A surpresa maior, porém, é descobrir que o escritor não vive rodeado de sua principal matéria-prima. Apesar de escrever como poucos para os pequenos e ser avô de cinco netos, Ziraldo surpreende ao dizer que não gosta de conviver com crianças:
— Quem gosta de criança é tarado ou chefe de escoteiro. Sou fascinado pelo universo infantil, mas não sou de conviver com elas. Não tenho muita paciência.
Mas de onde surge a inspiração para suas histórias? Ziraldo garante que todas vêm das memórias de sua infância na cidade de Caratinga (MG), onde nasceu há 75 anos.
— Conheço como é ser criança porque já fui uma. A inspiração vem da minha própria vida — diz.
Foram essas experiências, e muita imaginação, que o escritor usou para criar seu primeiro livro sobre as meninas. A idéia surgiu de uma garota, que perguntou por que havia poucas mulheres em seus livros. A resposta foi “Menina das estrelas”:
— Quando comecei esse livro, não sabia o que escrever. Mas criança não é muito diferente e acabou dando certo — conta.
Já as histórias que ele conhece muito bem estão em “Almanaque do Ziraldo” (no detalhe), sua biografia ilustrada, de autoria dos artistas plásticos Luís Saguar e Rose Araujo. Está lá, nas 300 páginas do livro, toda a sua história: do primeiro desenho, publicado aos 6 anos de idade, ao surgimento do site do Menino Maluquinho, que tem mais de um milhão de acessos por mês.


Grupo Ziraldo:
João Victor - Maria Gabriela - Henrique - Andreza

Cecília Meireles - Biografia

"...Liberdade, essa palavra

que o sonho humano alimenta


que não há ninguém que explique


e ninguém que não entenda..."


(Romanceiro da Inconfidência)



Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo.Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente".Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP), em 1963.Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.Em 1965, é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão.Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida com o nome da escritora, que era neta de açorianos.Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e Virginia Wolf.Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.Bibliografia:Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.Publicou a seguir: Criança, meu amor, 1923Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923Criança meu amor..., 1924 Baladas para El-Rei, 1925O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal)Saudação à menina de Portugal, 1930Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)A Festa das Letras, 1937Viagem, 1939Vaga Música, 1942Mar Absoluto, 1945Rute e Alberto, 1945Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para crianças)Retrato Natural, 1949Problemas de Literatura Infantil, 1950Amor em Leonoreta, 1952Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952Romanceiro da Inconfidência, 1953Batuque, 1953Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955Panorama Folclórico de Açores, 1955Canções, 1956Giroflê, Giroflá, 1956Romance de Santa Cecília, 1957A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957A Rosa, 1957Obra Poética,1958Metal Rosicler, 1960Poemas Escritos na Índia, 1961Poemas de Israel, 1963Antologia Poética, 1963Solombra, 1963Ou Isto ou Aquilo, 1964Escolha o Seu Sonho, 1964Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação Pelo Capitam-Mor Estácio de Saa, 1965O Menino Atrasado, 1966Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967Antologia Poética, 1968Poemas italianos, 1968Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969Flor de Poemas, 1972Poesias completas, 1973Elegias, 1974Flores e Canções, 1979Poesia Completa, 1994Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998Canção da Tarde no Campo, 2001Episódio humano, 2007Teatro:
1947 - O jardim 1947 - Ás de ourosObservação: "O vestido de plumas"; "As sombras do Rio"; "Espelho da ilusão"; "A dama de Iguchi" (texto inspirado no teatro Nô, arte tipicamente japonesa), e "O jogo das sombras" constam como sendo da biografada, mas não são conhecidas.
OUTROS MEIOS:
1947 - Estréia "Auto do Menino Atrasado", direção de Olga Obry e Martim Gonçalves. música de Luis Cosme; marionetes, fantoches e sombras feitos pelos alunos do curso de teatro de bonecos.1956/1964 - Gravação de poemas por Margarida Lopes de Almeida, Jograis de São Paulo e pela autora (Rio de Janeiro - Brasil)1965 - Gravação de poemas pelo professor Cassiano Nunes (New York - USA).1972 - Lançamento do filme "Os inconfidentes", direção de Joaquim Pedro de Andrade, argumento baseado em trechos de "O Romanceiro da Inconfidência".



Grupo Cecília Meireles:


Daiane, Nicollas, Gabriela, Isabela

Mauricio de Sousa - Histórico

Mauricio de Sousa nasceu no Brasil, numa pequena cidade do estado de São Paulo, chamada Santa Isabel. Foi em outubro de 1935.
Seu pai era o poeta e barbeiro Antônio Mauricio de Sousa. A mãe, Petronilha Araújo de Sousa, poetisa. Além de Mauricio, o casal teve mais três filhos: Mariza (já falecida), Maura e Marcio.
Com poucos meses, Mauricio foi levado pela família para a vizinha cidade de Mogi das Cruzes, onde passou parte da infância. Outra parte foi vivida em São Paulo, onde seu pai trabalhou em estações de rádio algumas vezes.
Suas primeiras aulas foram no externato São Franciso, ao lado da Faculdade, no centro de São Paulo. Mas depois continuou estudos no primário e no ginásio, dividindo-se entre as duas cidades.
Enquanto estudava, trabalhou em rádio, no interior, onde também ensaiou números de canto e dança.
E, para ajudar no orçamento doméstico, desenhava cartazes e pôsteres. Mas seu sonho era se dedicar ao desenho profissionalmente.
Chegou a fazer ilustrações para os jornais de Mogi. Mas queria desenvolver técnica e arte. Para isso, precisava procurar os grandes centros, onde editoras e jornais pudessem se interessar pelo seu trabalho.
Pegou amostras do que já tinha feito e publicado e dirigiu-se para São Paulo em busca de emprego. Não conseguiu. Mas havia uma vaga de repórter policial no jornal Folha da Manhã. E Mauricio fez um teste para ocupar a vaga. E passou.
Ficou 5 anos escrevendo reportagens policiais. Mas chegou um tempo em que tinha que decidir entre a polícia e a arte. Ficou com a velha paixão.
Criou uma série de tiras em quadrinhos com um cãozinho e seu dono Bidu e Franjinha e ofereceu o material para os redatores da Folha. As historietas foram aceitas, o jornalismo perdeu um repórter policial e ganhou um desenhista.
Essa passagem deu-se em 1959.
Nos anos seguintes, Mauricio criaria outras tiras de jornal Cebolinha, Piteco, Chico Bento, Penadinho e páginas tipo tablóide para publicação semanal - Horácio, Raposão, Astronauta - que invadiram dezenas de publicações durante 10 anos.
Para a distribuição desse material, Mauricio criou um serviço de redistribuição que atingiu mais de 200 jornais ao fim de uma década.
Daí chegou o tempo das revistas de banca. Foi em 1970, quando Mônica foi lançada já com tiragem de 200 mil exemplares. Foi seguida, dois anos depois, pela revista Cebolinha e nos anos seguintes pelas publicações do Chico Bento, Cascão, Magali, Pelezinho e outras.
Durante esses anos todos, Mauricio desenvolveu um sistema de trabalho em equipe que possibilitou, também, sua entrada no licenciamento de produtos.
Seus trabalhos começaram a ser conhecidos no exterior e em diversos países surgiram revistas com a Turma da Mônica.
Mas chegou a década de 80 e a invasão dos desenhos animados japoneses.
Mauricio ainda não tinha desenhos para televisão. E perdeu mercados.
Resolveu enfrentar o desafio e abriu um estúdio de animação a Black & White com mais de 70 artistas realizando 8 longas-metragens. Estava se preparando para a volta aos mercados perdidos, mas não contava com as dificuldades políticas e econômicas do país. A inflação impedia projetos a longo prazo (como têm que ser as produções de filmes sofisticados como as animações), a bilheteria sem controle dos cinemas que fazia evaporar quase 100% da receita, e o pior: a lei de reserva de mercado da informática, que nos impedia o acesso à tecnologia de ponta necessária para a animação moderna.
Mauricio, então, parou com o desenho animado e concentrou-se somente nas histórias em quadrinhos e seu merchandising, até que a situação se normalizasse. O que está ocorrendo agora.
Conseqüentemente, voltam os planos de animação e outros projetos.
E dentre esses projetos, após a criação do primeiro parque temático (o Parque da Mônica, no Shopping Eldorado, em São Paulo, seguido do Parque da Mônica do Rio de Janeiro) Mauricio prevê a construção de outros, inclusive no exterior.
As revistas vendem-se aos milhões, o licenciamento é o mais poderoso do país e os estúdios se preparam para trabalhar com a televisão. A par de um projeto educacional ambicioso, onde pretende-se levar a alfabetização para mais de 10 milhões de crianças.
A Turma da Mônica e todos os demais personagens criados por Mauricio de Sousa estão aí, mais fortes do que nunca, com um tipo de mensagem carinhosa, alegre, descontraída, dirigida às crianças e aos adultos de todo o mundo que tenham alguns minutos para sorrir, felizes.

Grupo Mauricio de Sousa:



Caio, Lorena, Gustavo dos Santos, Marcella, Gustavo Pereira

A LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL

A língua portuguesa formou-se como língua específica, na Europa, pela diferenciação que o latim sofreu na Península Ibérica durante o processo de contatos entre povos e línguas que se deram a partir da chegada dos romanos no século II a.C., por ocasião da segunda Guerra Púnica, no ano de 218 a.C(1). Na Península Ibérica o latim entrou em contato com línguas já ali existentes. Depois houve o contato do latim já transformado com as línguas germânicas, no período de presença desses povos na península (de 409 a 711 d.C). Em seguida, com a invasão mulçumana (árabes e berberes), esse latim modificado e já em processo de divisão entra em contato com o árabe. Na primeira fase do processo de reconquista da Península Ibérica pelos cristãos, que tinham resistido no norte, os romances (latim modificado por anos de contato com outros povos e línguas) tomaram uma feição específica no oeste da península, formando o galego-português e em seguida o português. Formou-se paralelamente o Condado Portugalense e, a partir dele, um novo país, Portugal. Toma-se como data de independência do condado do reino de Castela e Leão a batalha de São Mamede em 1128.
Essa nova língua, depois de um longo período de mudanças correspondente a todo o final da chamada Idade Média, é transportada para o Brasil, assim como para outros continentes, no momento das grandes navegações do final do século XV e do século XVI.
PORTUGUÊS: LÍNGUA OFICIAL E NACIONAL DO BRASIL Com o início efetivo da colonização portuguesa em 1532, a língua portuguesa começa a ser transportada para o Brasil. Aqui ela entra em relação, num novo espaço-tempo, com povos que falavam outras línguas, as línguas indígenas, e acaba por tornar-se, nessa nova geografia, a língua oficial e nacional do Brasil. Podemos estabelecer para esta história quatro períodos distintos, se consideramos como elemento definidor o modo de relação da língua portuguesa com as demais línguas praticadas no Brasil (2) deste 1532 (3).
O primeiro momento começa com o início da colonização e vai até a saída dos holandeses do Brasil, em 1654. Nesse período o português convive, no território que é hoje o Brasil, com as línguas indígenas, com as línguas gerais e com o holandês, esta última a língua de um país europeu e também colonizador. As línguas gerais eram línguas tupi faladas pela maioria da população. Eram as línguas do contato entre índios de diferentes tribos, entre índios e portugueses e seus descendentes, assim como entre portugueses e seus descendentes. A língua geral era assim uma língua franca. O português, como língua oficial do Estado português, era a língua empregada em documentos oficiais e praticada por aqueles que estavam ligados à administração da colônia.
O segundo período começa com a saída dos holandeses do Brasil e vai até a chegada da família real portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808. A saída dos holandeses muda o quadro de relações entre línguas no Brasil na medida em que o português não tem mais a concorrência de uma outra língua de Estado (o holandês). A relação passa a ser, fundamentalmente, entre o português, as línguas indígenas, especialmente as línguas gerais, e as línguas africanas dos escravos. Esse período caracteriza-se por ser aquele em que Portugal, dando andamento mais específico ao processo de colonização, toma também medidas diretas e indiretas que levam ao declínio das línguas gerais. A população do Brasil, que era predominantemente de índios, passa a receber um número crescente de portugueses assim como de negros que vinham para o Brasil como escravos. Para se ter uma idéia, no século XVI foram trazidos para o Brasil 100 mil negros. Este número salta para 600 mil no século XVII e 1,3 milhão no século XVIII. O espaço de línguas do Brasil passa a incluir também a relação das línguas africanas dos escravos e o português. Com o maior número de portugueses cresce também o número de falantes específicos do português. E isto tem uma outra característica: os portugueses que vêm para o Brasil não vêm da mesma região de Portugal. Desse modo, passam a conviver no Brasil, num mesmo espaço e tempo, divisões do português que, em Portugal, conviviam como dialetos de regiões diferentes.
Nesse período, ainda, há dois fatos de extrema importância. O primeiro deles é a ação direta do império português que age para impedir o uso da língua geral nas escolas. Esta ação é uma atitude direta de política de línguas de Portugal para tornar o português a língua mais falada do Brasil. Uma dessas ações mais conhecidas é o estabelecimento do Diretório dos Índios (1757), por iniciativa do Marquês de Pombal, ministro de Dom José I, que proibia o uso da língua geral na colônia. Assim, os índios não poderiam mais usar nenhuma outra língua que não a portuguesa. Essa ação, junto com o aumento da população portuguesa no Brasil, terá um efeito específico que ajuda a levar ao declínio definitivo da língua geral no país (4).
O português que já era a língua oficial do Estado passa a ser a língua mais falada no Brasil.
O terceiro momento do português no Brasil começa com a vinda da família real em 1808, como conseqüência da guerra com a França, e termina com a independência. Poderíamos utilizar, como data final desse período, 1826, pois é nesse ano que se formula a questão da língua nacional do Brasil no parlamento brasileiro.
A vinda da família real terá dois efeitos importantes. O primeiro deles é um aumento, em curto espaço de tempo, da população portuguesa no Brasil. Chegaram ao Rio de Janeiro em torno de 15 mil portugueses. O segundo é a transformação do Rio de Janeiro em capital do Império que traz novos aspectos para as relações sociais em território brasileiro, e isto inclui também a questão da língua. Logo de início Dom João VI criou a imprensa no Brasil e fundou a Biblioteca Nacional, mudando o quadro da vida cultural brasileira, e dando à língua portuguesa aqui um instrumento direto de circulação, a imprensa. Esses fatos produzem um certo efeito de unidade do português para o Brasil, enquanto língua do rei e da corte.
O quarto período começa em 1826. Nesse ano o deputado José Clemente propôs que os diplomas dos médicos no Brasil fossem redigidos em "linguagem brasileira". Em 1827 houve um grande número de discussões sobre o fato de que os professores deveriam ensinar a ler e a escrever utilizando a gramática da língua nacional. Ou seja, a questão da língua portuguesa no Brasil, que já era língua oficial do Estado, se põe agora como uma forma de transformá-la de língua do colonizador em língua da nação brasileira. Temos aí constituída a sobreposição da língua oficial e da língua nacional.
Essas questões tomam espaços importantes tanto na literatura quanto na constituição de um conhecimento brasileiro sobre o português no Brasil. É dessa época a literatura de José de Alencar (5) que tem debates importantes com escritores portugueses que não aceitavam o modo como ele escrevia. É também dessa época o processo pelo qual os brasileiros tiveram legitimadas suas gramáticas para o ensino de português e seus dicionários (6). Dessa maneira cria-se historicamente no Brasil o sentido de apropriação do português enquanto uma língua que tem as marcas de sua relação com as condições brasileiras. Pela história de suas relações com outro espaço de línguas, o português, ao funcionar em novas condições e nelas se relacionar com línguas indígenas, língua geral, línguas africanas, se modificou de modo específico e os gramáticos e lexicógrafos brasileiros do final do século XIX, junto com nossos escritores, trabalham o "sentimento" do português como língua nacional do Brasil (7).
Esse quarto período, no qual o português já se definira como língua oficial e nacional do Brasil, trará uma outra novidade, o início das relações entre o português e as línguas de imigrantes. Começa em 1818/1820 o processo de imigração para o Brasil, com a vinda de alemães para Ilhéus (1818) e Nova Friburgo (1820). Esse processo de imigração terá um momento muito particular na passagem do século XIX para o XX (1880-1930). A partir desse momento entraram no Brasil, por exemplo, falantes de alemão, italiano, japonês, coreano, holandês, inglês. Deste modo o espaço de enunciação do Brasil passa a ter, em torno da língua oficial e nacional, duas relações significativamente distintas: de um lado as línguas indígenas (e num certo sentido as línguas africanas dos descendentes de escravos) e de outro as línguas de imigração.



Essa diferença não é simplesmente uma diferença empírica do tipo: as línguas indígenas e seus falantes já existiam no Brasil quando da chegada dos portugueses e as línguas de imigração vieram depois. A diferença é de modo de relação. As línguas indígenas e africanas entram na relação como línguas de povos considerados primitivos a serem ou civilizados (no caso dos índios) ou escravizados (no caso dos negros). Ou seja, não há lugar para essas línguas e seus falantes. No caso da imigração, as línguas e seus falantes entram no Brasil por uma ação de governo que procurava cooperação para desenvolver o país. E as línguas que vêm com os imigrantes eram, de algum modo, línguas nacionais ou oficiais nos países de origem dos imigrantes. Essas línguas são línguas legitimadas no conjunto global das relações de línguas, diferentemente das línguas indígenas e africanas. As línguas dos imigrantes eram línguas de povos considerados civilizados, em oposição às línguas indígenas e africanas.
Enquanto língua oficial e língua nacional do Brasil, o português é uma língua de uso em todo o território brasileiro, sendo também a língua dos atos oficiais, da lei, a língua da escola e que convive, na extensão do território brasileiro, com um grande conjunto de outras línguas (de um lado as línguas indígenas e de outro as línguas de imigrantes). Por outro lado, enquanto língua nacional, o português é significado como a língua materna de todos os brasileiros, mesmo que um bom número de brasileiros tenham como língua materna outras línguas, ou indígenas ou de imigrantes.
CARACTERÍSTICAS DO PORTUGUÊS DO BRASIL A vinda da língua portuguesa para o Brasil não se deu, como vimos, em um só momento. Ela se deu durante todo o período de colonização entrando em relação constante com outras línguas. Por outro lado, o povoamento do Brasil se fez com a vinda de portugueses de todas regiões de Portugal. Desse modo, sua vinda para o Brasil traz para esse novo espaço as diversas variedades do português de Portugal. Estas variedades se instalarão em lugares diferentes do Brasil mas, em muitos casos, elas convivem num mesmo espaço, como no Rio de Janeiro, por exemplo.
O português do Brasil vai, com o tempo, apresentar um conjunto de características não encontráveis, em geral, no português de Portugal, da mesma maneira que o português, em diversas outras regiões do mundo, terá características também específicas, em virtude das condições novas em que a língua passou a funcionar. Há que se considerar que, se levamos em conta a língua escrita, vamos encontrar uma maior proximidade entre o português do Brasil, assim como o de outras regiões do mundo, com o português de Portugal, já que a língua escrita está mais sujeita à normatização da língua efetivada através das gramáticas normativas, dicionários e outros instrumentos reguladores da língua. Na língua oral o processo de incorporação de características específicas se faz de modo mais rápido.
Meu objetivo não é, neste texto, discutir essas diferenças internas, mas mostrar como o português do Brasil apresenta um conjunto importante de características específicas. A seguir, vou apresentar um conjunto destas características encontráveis no português do Brasil. Vou me limitar a apresentar aqui o que chamarei de diferenças gramaticais e lexicais (de vocabulário). Evidentemente que a caracterização do português do Brasil envolve a consideração efetiva das diversas divisões a que a língua portuguesa está sujeita no Brasil, tanto regionais quanto sociais e históricas (tal como mostram o artigo "Variedades do português no mundo e no Brasil" de Emílio Pagotto, para a questão das diferenças na língua, e o artigo "Língua brasileira" de Eni Orlandi, sobre os aspectos discursivos envolvidos nessa questão).
Nas características gramaticais podemos distinguir dois conjuntos de características: o das características fonético-fonológicas, o das características morfológicas e sintáticas.
CARACTERÍSTICAS FONÉTICO-FONOLÓGICAS Neste nível, a grande especificidade do português do Brasil, se comparado ao de Portugal, considerando o que Pagotto nos mostra no seu texto, é seu sistema de vogais. Para observar esse aspecto é necessário distinguir, tal como nos mostrou Câmara (1953, 1970) a vogal na posição tônica (da sílaba com acento de intensidade), a vogal na posição átona final (como o /a/ de fuga), e a vogal na posição pretônica (como o /a/ de até).
a) Na posição tônica, o português do Brasil apresenta 7 vogais: /a/ (entrada); /é/ (deve), /ê/ (medo), /i/ (viga); /ó/ (avó), /ô/ (avô), /u/ (urubu). Note-se que a vogal /a/ é pronunciada, com timbre aberto, com a língua em repouso embaixo, na boca; que as vogais /é/, /ê/, /i/ são anteriores, elas são pronunciadas com um movimento da língua para frente; e as vogais /ó/, /ô/, /u/ são posteriores, pronunciadas com um movimento da língua para trás. Em Portugal (8), além dessas vogais, há também um /ä/, que não é aberto como o /a/. Este /ä/ é pronunciado com uma certa elevação da língua, diferentemente do /a/ aberto pronunciado com língua em repouso, embaixo na boca. Assim é que, na língua falada, se distingue /falämos/, presente do indicativo, de /falamos/ passado perfeito (9).
b) Na posição átona final, no português do Brasil, de modo geral, há três vogais /a/ (casa), /i/ (barbante, pronunciado [barbãti]), /u/ (menino, pronunciado [meninu] e mesmo [mininu]). Em Portugal são também três vogais, /ä/, /ë/ e /u/. Assim diferentemente do Brasil, /ä/ é pronunciado com a língua mais alta, com timbre mais fechado, /ë/ é pronunciado fechado, mas numa posição mais posterior do que o /ê/ do Brasil. O /u/ tem as mesmas características fonéticas do /u/ brasileiro.
c) Na posição pretônica, há no português do Brasil, em geral, 5 vogais, /a/, /ê/, /i/, /ô/, /u/, enquanto que em Portugal mantêm-se as 8 vogais da posição tônica, com a diferença de que o /ê/ passa a /ë/, numa pronúncia mais central: /a/, /ä/; /é/, /ë/, /i/; /ó/, /ô/, e /u/.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E SINTÁTICAS No nível sintático, uma primeira característica geral do português do Brasil é que ele, no que toca ao funcionamento dos pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, etc) tem uma colocação mais proclítica, não sendo encontrável em Portugal, por exemplo, João se levantou, tão comum no Brasil. Isto faz com que toda a colocação de pronomes átonos no Brasil seja bastante diferente da de Portugal. Este tipo de diferença tem muito a ver com o fato de que as diferenças fonético-fonológicas, apontadas antes, levam a um outro ritmo da frase, assim como uma diferença de tonicidade nesses pronomes. Isto resulta em um outro modo de colocá-los na frase, tal como já nos mostrou Ali (1908).
No Brasil é também comum construções como está escrevendo, com estar + gerúndio, não comum em Portugal, onde se encontram expressões como está a escrever, com estar a + infinitivo. É também comum no Brasil expressões com a preposição em, que em Portugal são com a preposição a. Tem-se, comumente no Brasil, está na janela, chegou no Brasil, quando em Portugal se tem está à janela, chegou ao Brasil.
Segundo Galves (2002), a principal característica sintática do português do Brasil, é que ele é uma língua de tópico, diferentemente do português de Portugal e das demais línguas latinas (10). Esta posição se desenvolve a partir de uma formulação de Pontes (1987) que mostrou como muitas construções do português no Brasil precisam ser entendidas como construções com tópico. Para apresentar a formulação de Galves usaremos as abreviações SN e V que significam sintagma nominal e verbo. Um sintagma é um elemento lingüístico de nível inferior ao da frase e que possui na sua forma elementos lingüísticos de nível sintático ainda mais baixo, em geral ele combina pelo menos dois elementos. No caso do SN (sintagma nominal), o sintagma é constituído pelo menos por um nome e tem geralmente pelo menos um determinante para este nome, como em o menino, onde menino é o nome e o é o determinante e o menino é o SN. A noção de verbo, para o que aqui nos interessa, é a que usualmente conhecemos.Dito isto, para Galves, a frase do português do Brasil tem como estrutura SN [SN V (SN), diferentemente do português de Portugal e as línguas latinas em geral, que têm como estrutura da frase SN [V (SN). O colchete separa o que se apresenta como o que se diz do primeiro SN.
Para entender essa diferença, consideremos duas frases: João fez o trabalho e João, ele fez o trabalho. Na primeira, com a palavra João refere-se a alguém (João) e predica-se dele algo, fez o trabalho. Neste caso, João que faz a referência a uma pessoa é também o sujeito da frase. Na segunda frase, João refere alguém, depois tem-se como sujeito o pronome ele, que retoma João (anaforiza João) do qual se predica fez o trabalho. Deste modo a seqüência sujeito+predicado (ele fez o trabalho) aparece no conjunto como dizendo algo de João, referido pela palavra João. Nesta segunda frase, João é o tópico, aquilo sobre o que se vai dizer algo. Diferentemente, na primeira frase, aquilo sobre o que se vai dizer algo é diretamente o sujeito da frase. A tese de Galves é que a estrutura sintática do português é do tipo da segunda frase que aqui usamos como exemplo: João, ele fez o trabalho.
Segundo a autora é esta característica que explica um conjunto importante de aspectos próprios do português brasileiro, tal como os que seguem.
a)uso do pronome ele como objeto
Em Portugal esta é uma construção inexistente. É comum no Brasil frases como Encontrei ele ontem; esse rapaz, eu conheci ele no trem; esse rapaz aí que eu encontrei ele no trem. Nestas frases ele é complemento da frase, diferentemente de Portugal onde esta construção, normalmente, não aparece.
b)ele como sujeito
O funcionamento do ele como sujeito é diferente em Portugal e no Brasil. No Brasil temos, por exemplo, eu tinha uma empregada que ela respondia ao telefone e dizia..., enquanto em Portugal o que se encontra é somente algo como eu tinha uma empregada que respondia ao telefone e dizia... Para Galves esta diferença diz respeito a que no português do Brasil o ele aparece preferencialmente ao sujeito nulo (que na escola conhecemos como sujeito oculto), diferentemente do português de Portugal, onde aparece preferencialmente o sujeito nulo e em que o ele aparece quando é necessário marcar a concordância, já que a terminação verbal é a mesma entre a primeira e a terceira pessoa, ou para estabelecer um contraste.
c)ele como objeto de preposição
No Brasil é comum frases como o André, que eu gosto dele, é mais bonito, enquanto em Portugal só se encontram frases como o André de quem eu gosto. Este aspecto está diretamente relacionado com o funcionamento das relativas no português brasileiro. Tal funcionamento no Brasil se caracteriza por ter uma predominância de relativas com este pronome que retoma um nome da principal (chamado pronome lembrete, o ele (dele) do primeiro exemplo acima), e é predominante quando a retomada está em sintagma preposicional, conforme mostrou Tarallo (1996). Este funcionamento predominante no Brasil é oposto ao predominante em Portugal, onde o mais comum é o de construções como O André, de quem eu gosto, é mais bonito.
Este aspecto está ligado ao crescimento no português do Brasil de um outro funcionamento da relativa que se chama de relativa cortadora, como em É uma pessoa que essas besteiras que a gente fica se preocupando, ela não fica esquentando a cabeça. Em Portugal a construção encontrável seria É uma pessoa que não fica esquentando a cabeça com estas besteiras que nos preocupam. No português do Brasil hoje há a predominância das construções relativas com pronome lembrete e relativas cortadoras. As análises de Tarallo (idem) mostram que essa diferença entre o funcionamento do português do Brasil e de Portugal já está instalada claramente em 1880 e se aprofunda a partir de então. Assim hoje é predominante o que no início do século XIX (1825, por exemplo) era o menos comum.
Ao lado desses aspectos, Galves também considera uma outra característica muito interessante do português do Brasil: O funcionamento do pronome se. Para a autora, no português brasileiro o se pode não aparecer em frases com tempo (o verbo nas formas finitas), diferentemente do português europeu. No Brasil há frases como Nos nossos dias, não usa mais saia; Esta camisa lava facilmente; Joana não matriculou ainda; Maria fez a lista dos convidados mas esqueceu de incluir ela; É impossível se achar lugar aqui, enquanto em Portugal só há frases como Não se usa mais saia; Esta camisa lava-se facilmente; Joana não se matriculou ainda; Maria fez a lista dos convidados mas esqueceu de se incluir. Interessante para a lingüista é que, em contrapartida, em frases com infinitivo, no Brasil, aparece consistentemente a forma se para indeterminar, em oposição a Portugal onde este se não aparece da mesma maneira. Tem-se no Brasil É impossível se achar lugar aqui, enquanto em Portugal haveria somente É impossível achar lugar aqui.
O que é interessante nessa análise de Galves é que ela não só registra a existência de construções diferentes, que poderiam ser atribuídas a uma mera diferença de uso de uma ou outra pessoa, em uma ou outra situação, como mostra que essa diferença nas frases diz respeito a uma especificidade na estrutura mesma da sintaxe do português do Brasil, ter a estrutura SN [SN V (SN). Ser, portanto, uma língua de tópico.Ligada a essa diferença na estrutura sintática da frase, Galves nos mostra como ela está ligada a um aspecto semântico fundamental, o modo como o português do Brasil faz referência às coisas sobre às quais se fala. Observe que se tomamos a frase do português do Brasil Eu tinha uma empregada que ela respondia ao telefone e dizia... vemos que o ela retoma diretamente empregada, desfazendo o caráter anafórico do que (relativo), diferentemente de, por exemplo, Eu tinha uma empregada que atendia o telefone e dizia..., na qual o que mantém seu caráter anafórico. Em cada caso o modo de referir à empregada é um.
Ou seja, o fato de o português ter uma estrutura de tópico para suas frases diz respeito ao modo como no Brasil se faz referência às coisas, ou seja, diz respeito a como, num acontecimento enunciativo específico, refere-se a algo. Em outras palavras, esta característica de estrutura da frase está diretamente articulada a um modo de funcionamento semântico-enunciativo, outros diriam semântico-pragmático, do português no Brasil. Enfim, Galves nos mostra que o português do Brasil tem uma estrutura e funcionamento diversos do português de Portugal e das outras línguas latinas. E esta não deixa de ser uma questão a ser estudada no quadro do multilingüismo brasileiro.
CARACTERÍSTICAS DO LÉXICO Desde o início do século XIX, com o Marquês de Pedra Branca, se usa o estudo do léxico para mostrar diferenças entre o português do Brasil e o português de Portugal (11). Essas diferenças dizem respeito ao fato de que, no Brasil, muitas palavras tomaram outros sentidos ou foram incorporadas ao português a partir das línguas indígenas e africanas, com as quais o português esteve e está em relação. Podemos observar palavras que têm um sentido em Portugal e outro no Brasil, a partir de exemplos retirados de Teyssier (1997)
PORTUGAL BRASIL
comboio trem
autocarro ônibus
eléctrico bonde
hospedeira aeromoça
caneta de tinta permanente caneta-tinteiro
corta-papel espátula
fato terno
metro metrô

Por outro lado, há no Brasil um conjunto importante de palavras de origem indígena, comumente o tupi, assim como de origem africana, os exemplos são também tirados de Teyssier (idem).
Exemplos de palavras de origem indígena: capim, cupim, caatinga, curumim, guri, buriti, carnaúba, mandacaru, capivara, curió, sucuri, piranha, urubu, mingau, moqueca, abacaxi, caju, Tijuca, etc. São, em geral, palavras relativas à designação da flora, da fauna, de alimentos, assim como de lugares.
Exemplos de palavras de origem africana: caçula, cafuné, molambo, moleque; orixá, vatapá, abará, acarajé; bangüê; senzala, mocambo, maxixe, samba. São, em geral, palavras que designam elementos do candomblé, da cozinha de influência africana, do universo das plantações de cana, do universo de vida dos escravos, e mesmo outros de aspecto mais geral. Grandes listas de palavras dessas línguas que se incorporaram ao português podem ser encontradas em diversos livros de lingüística histórica do português como Silva Neto (1950), Bueno (1946, 1950) e Coutinho (1936).
CONSIDERAÇÕES FINAIS Várias outras características podem ser atribuídas ao português do Brasil, mas a melhor forma de tratar disso é observar o modo como o português se divide em falares regionais específicos ou registros distintos de acordo com situações particulares do funcionamento da língua, como o formal ou o coloquial, o íntimo e o público, etc.
Por outro lado, fica claro que o estudo do português do Brasil indica para a necessidade de se aprofundarem pesquisas históricas que dêem mais relevo à questão das relações do português num espaço multilíngüe muito particular.


NOTAS
1. Gerras Púnicas foram as três guerras entre Roma e Cartago (os fenícios) que se deram entre 246 e 146 a.C.
2. Esta relação é uma relação política e constitui espaços de enunciação (Guimarães 2002). Estes espaços se caracterizam por distribuírem as línguas para seus falantes. Nesta medida o falante é uma categoria social e política determinada por estes espaços de enunciação.
3. A história do português no Brasil tem sido objeto de bom número de trabalhos. Um texto de referência sobre esse aspecto tem sido Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil (Silva Neto, 1950).
4. Sobre esta questão ver Mariani (2001) e Mariani (2004).
5. José de Alencar (1829-1877) teve um debate particular com Pinheiro Chagas sobre aspectos de língua a propósito do livro Iracema (1865).
6. Sobre a autoria brasileira de gramática ver Orlandi (2000).
7. Uma discussão mais detalhada destses aspectos pode ser encontrada em Orlandi e Guimarães (1998), Guimarães (2004), Orlandi (2002) e Orlandi – (org. 2001).
8. Ver a este respeito Teyssier (1967, p. 68-77).
9. Interessante notar que esta distinção se dá, também, em algumas regiões do Brasil.
10. As línguas latinas (ou românicas) são as que têm como origem a língua latina: português, espanhol, catalão, francês, italiano, rético, sardo, romeno.
11. Este aspecto do texto do marquês pode ser encontrado em Pinto (1978). Sobre o léxico brasileiro ver Nunes e Petter (orgs. 2002).

BIBLIOGRAFIA CITADA
Ali, M. S. (1908) Dificuldades da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Acadêmica. 1966
Câmara Jr., J.M. Para o estudo da fonêmica portuguesa. Rio de Janeiro, Simões. 1953.
Câmara Jr., J.M. Estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Vozes. 1970.
Galves, Ch. Ensaios sobre as gramáticas do português. Campinas, Editora da Unicamp. 2001.
Guimarães, E. História da semântica. Sujeito, sentido e gramática no Brasil. Campinas, Pontes. 2004.
Mariani, B. "A Institucionalização da língua, história e cidadania no Brasil do século XVIII: o papel das academias literárias e da política do Marquês de Pombal", in Orlandi, 2001.
Mariani, B. Colonização lingüística. Campinas, Pontes. 2004.
Nunes, J.H. e Petter, M. (orgs.) História do saber lexical e constituição de um léxico brasileiro. São Paulo, Humanitas/Pontes. 2002.
Orlandi, E.P. "O Estado, a gramática, a autoria. Língua e conhecimento lingüístico". Línguas e instrumentos lingüísticos, 4/5. Campinas, Pontes. 2000.
Orlandi, E.P. (org.) História das idéias lingüísticas no Brasil. Campinas, Unemat Editora/Pontes. 2001.
Orlandi, E P. e Guimarães, E. "La formation d'un espace de production linguistique. La grammaire au Brésil". Langages, 130. Paris, Larousse. 1998.
Pontes, E. Tópico no português do Brasil. Campinas, Pontes.1987.
Pinto, E. P. O português do Brasil: textos críticos e teóricos. Rio de Janeiro, Livro Técnico. 1978.
Tarallo, F. "Diagnosticando uma gramática brasileira: o português d'aquém e d'além mar ao final do século XIX". Língua e cidadania. Campinas, Pontes. 1996.
Teyssier, P. História da língua portuguesa. São Paulo, Martins Fontes. 1997.
Silva Neto, S. da. Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil. Rio de Janeiro, Presença/MEC. 1950.
Silva Neto, S. da. História da língua portuguesa. Rio de Janeiro, Livros de Portugal. 1952.